ORCHIDACEAE

Grobya fascifera Rchb.f.

Como citar:

Pablo Viany Prieto; Tainan Messina. 2012. Grobya fascifera (ORCHIDACEAE). Lista Vermelha da Flora Brasileira: Centro Nacional de Conservação da Flora/ Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro.

VU

EOO:

77.388,172 Km2

AOO:

40,00 Km2

Endêmica do Brasil:

Sim

Detalhes:

A espécie é endêmica do Brasil, ocorrendo nos estados de São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul (Barros et al., 2012).

Avaliação de risco:

Ano de avaliação: 2012
Avaliador: Pablo Viany Prieto
Revisor: Tainan Messina
Critério: B2ab(ii,iii,iv,v)
Categoria: VU
Justificativa:

<i>Grobya fascifera</i> é uma epífita endêmica das florestas pluviais da costa Atlântica, ocorrendo entre SãoPaulo e o nordeste do Rio Grande do Sul. A espécie é representada por poucos registros esparsos, praticamente todos feitos há mais de 40 anos. O habitat de <i>G. fascifera </i>vem sofrendo declínio em extensão e qualidade em alguns dos locais de coleta, como por exemplo, nas cidades de Florianópolis e São Paulo. Nesta última, a espécie não é coletada há quase 80 anos, o que permite suspeitar quea mesma tenha sido localmente extinta; ocasionando assim declínio na AOO e no número de subpopulações e de indivíduos maduros. Com AOO de 40 km² e número de situações de ameaça inferior a dez, a espécie foi considerada "Vulnerável" (VU).

Perfil da espécie:

Obra princeps:

Descrita originalmente na obra Flora 69: 551. 1886., a espécie apresenta semelhança com G. galeata, difendindo-se desda basicamente pela forma do lóbulo médio do labelo (Barros; Lourenço, 2003).

Valor econômico:

Potencial valor econômico: Desconhecido

População:

Flutuação extrema: Sim

Ecologia:

Biomas: Mata Atlântica
Fitofisionomia: Florestas Ombrófilas Densas e Florestas Ombrófilas Mistas (Barros, Rodrigues; Batista, 2009) e Matas Paludosas em restinga (Plano de manejo Parque Estadual de Itapeva, 2006).
Habitats: 1.6 Subtropical/Tropical Moist Lowland
Detalhes: Planta herbácea, epífita na Floresta Atlântica (Barros; Lourenço, 2004; Barros et al., 2012); ocorre em Florestas Ombrófilas Densas e Florestas Ombrófilas Mistas (Barros, Rodrigues; Batista, 2009), associadas ao Domínio Fitogeográfico Mata Atlântica (Barros et al., 2012). Foi registrada com flores entre os meses de Março e Abril, a partir do final do verão até o começo do outono (Barros; Lourenço, 2004). A grande maioria das espécies da família Orchidaceae são perenes, hermafroditas e anemocóricas (Barros, com. pess.).

Ameaças (3):

Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1 Habitat Loss/Degradation (human induced)
A Floresta Ombrófila Densa do estado do Paraná, uma das fitofisionomias onde a espécie ocorre, tem sido alvo de intenso extrativismo, enquanto a restinga e outras formações nas áreas da baixada sofrem principalmente com a especulação e expansão imobiliária, que promovem desmatamento progressivo de extensas áreas (Paciencia, 2008).
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.1 Agriculture
Atualmente a Floresta Ombrófila Densa de Santa Catarina está descaracterizada e fragmentada, devido principalmente a processos de degradação intensos, sobretudo pelas atividades de agricultura, ocupação desordenada e extração de carvão mineral, reduzindo drasticamente a vegetação original e resultando em formações secundárias em diferentes estágios sucessionais (Citadini-Zanetti et al., 2009).
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.1.4 Livestock
A criação de gado é uma ameaça a biodiversidade no sul do Brasil. O pastejo excessivo resulta em diminuição na cobertura do solo e em riscos de erosão, além de substituição de espécies forrageiras produtivas por espécies que são menos produtivas e de menor qualidade, ou até mesmo na perda completa das boas espécies forrageiras. Em 1996, 7 milhões ha na região sul do Brasil eram utilizados com pastagens cultivadas, principalmente com espécies não-nativas (Overbeck et al., 2009).

Ações de conservação (2):

Ação Situação
1.2.2.3 Sub-national level on going
A espécie foi considerada "Extinta na Natureza" (EX) em avaliação de risco de extinção empreendida para o estado de São Paulo (SMA-SP, 2004).
Ação Situação
4.4 Protected areas on going
A espécie ocorre em algumas Unidades de Conservação ao longo de sua distribuição. Entre elas, o Parque Estadual de Itapeva, RS (SEMA-RS, 2006).